Ficou mais um tempo parado tentando processar a informação do porquê essa maré de azar. Olhou para os lados, limpou o rosto, respirou fundo e atravessou a rua e procurou um banheiro disponível nos estabelecimentos a frente para se secar. Acabou entrando num bar ali na frente, praticamente o único lugar aberto nesse quarteirão.
Engraçado que apesar de ser apenas um banheiro de bar, aquele lugar lhe parecia familiar demais e incrivelmente reconfortante. Parou se olhou no espelho, estranhou porque parecia outra pessoa ou apenas se sentia tão diferente que nem se reconhecera. Ao abrir a porta do banheiro, sentiu-se renovado, disposto, a postos, queria uma cerveja. Aproximou-se do balcão e pediu uma cerveja, enquanto observava as pessoas passando na rua.
Repentinamente, o som de bolas de bilhar se chocando lhe chamou a atenção, já tinha alguém ali quando chegou? Aquela pessoa estava jogando sozinho, debaixo de uma fraca luz que as vezes piscava. Mais uma jogada, mais um acerto e decidiu parar, levantou a cabeça e viu que Júlio o observava. Colocou o taco sobre a mesa e se aproximou devagar:
- Antes ter azar do que estar morto, não acha?
Rocha, Lucas.

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