quinta-feira, 20 de junho de 2013

Mariana

Um copo d’água e dois sonrridor. Ela achou que bastaria. Inútil. A dor de cabeça era constante, imparável, lancinante. Ela se sentia num daqueles episódios de Dr. House, em que as pessoas tinham vermes na cabeça. Talvez ela precisasse de um médico, mas detestava hospitais.

Deitou para dormir, mas sentia tudo rodar. Um enjôo subiu pela garganta. Virou para o lado e vomitou todo o tapete e os lidos chinelos decorados que sua tia havia lhe dado. O liquido verde e espesso empapava o carpete e deixava o cheiro de bílis pairando no ar.

Ela precisava de um médico. Procurou o celular no meio das cobertas. Discou para seu irmão. Em 8 minutos estavam atravessando a cidade dentro do pálio azul escuro. 

No hospital o atendimento era lento, vagaroso. Dava nojo ver as pessoas com feridas abertas e caras doentias. Triagem, exames, por fim um raios-X do crânio. Ela voltou para a recepção e esperou. Dois médicos saíram pelas portas com uma chapa nas mãos. Pararam em frente a ela com olhares preocupado.

- Mariana, você tem câncer.


C.S.Rocha



Nenhum comentário:

Postar um comentário