Deitou para dormir, mas sentia tudo rodar. Um enjôo subiu
pela garganta. Virou para o lado e vomitou todo o tapete e os lidos chinelos
decorados que sua tia havia lhe dado. O liquido verde e espesso empapava o
carpete e deixava o cheiro de bílis pairando no ar.
Ela precisava de um médico. Procurou o celular no meio das
cobertas. Discou para seu irmão. Em 8 minutos estavam atravessando a cidade
dentro do pálio azul escuro.
No hospital o atendimento era lento, vagaroso. Dava nojo ver
as pessoas com feridas abertas e caras doentias. Triagem, exames, por fim um
raios-X do crânio. Ela voltou para a recepção e esperou. Dois médicos saíram
pelas portas com uma chapa nas mãos. Pararam em frente a ela com olhares
preocupado.
- Mariana, você tem câncer.
C.S.Rocha

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