Sua mente começou a entrar em colapso, todas as memórias vieram de uma vez e falavam ao mesmo tempo. Era o caos, o medo, o pânico e a morte. Seu corpo ia sendo consumido e deteriorando por dentro e os olhos só viam o vazio enquanto tremiam. Então se aceitou. Aceitou que estava na hora de dar um fim a tudo, já não existia mais sentido na sua vida e os pensamentos pararam, seus olhos se acalmaram e retomaram a visão mas não os controlava.
O seu corpo foi se movendo em direção a cozinha, uma sensação de impotência, já que não o controlava, abriu uma das gavetas do armário e apanhou uma faca. Todo o seu foco era naquela faca, não existia nenhum barulho, nenhum empecilho, nenhum medo. Existia apenas a dor, de ter seu coração esmagado por suas costelas e não poder fazer nada. Lentamente, sua mão apanha a faca e a trás para frente de seu rosto, podendo ver seu reflexo. Um brilho. Uma lágrima. Ao ver essa lágrima, um calafrio intenso tomou conta de seu corpo a ponto de perder o equilíbrio das pernas e cair.
Era o fim. Encostou a faca no seu peito, respirou fundo e de repente a porta da sala é destruída. Sua cabeça se voltou para a porta lentamente, sem preocupação, revelando aqueles olhos quase sem vida, mas conseguiu reconhecer: era ele mais uma vez.
- Já disse, nem tente fazer isso. - Apontando uma arma em sua direção e realizando um disparo em seguida.
Rocha, Lucas.

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